Thursday, March 15, 2007

 

I am back

MR old man – believe me, I wrote this for a new friend:



Which source of kindness and beauty gave you that stare
that locks onto my thoughts
brings out deep truths
jostles my chemistry
heart, chest, sweat, mind in musical synch

Which doter of courage gave you that spunk
that moves you to strange worlds
approaches young bodies
stirs my imagination
heat, sound, lights, motions in urban mosaic

Which provider of wisdom gave you that common sense
that wraps your words in modesty
undoes hidden agendas
scans through layers of paint
roots, faith, effort, survival in Brazilian emblem

More of us know
than care to admit
of the threatening, seeping truth:
You are a whispering, caressing
destroyer of prudence

A throbbing pulse of life
in delicate spiralling shell
so like a rose
whose spreading petals boast
their inevitability

I think I know:
Deus Sive Natura
whence comes
that kindness and beauty
and courage
and wisdom

Now your walking and talking
eating, web surfing
kissing, playing
bus riding, singing
language learning, dressing
cell phoning, praying
are a sprinkle of Christian freedom
to us

We seek through worship
and exercise
virtues that come easy
as if by birthright
to a few

Tuesday, September 27, 2005

 
27/09/2005
MR:
Just to let u know I was actually down in SP for a weekend. Would u believe it – slipped in and out under good old alias. More incredibly, the reason was that jogging jamboree organized by that supermarket chain. I won’t tell you who put me up to it though. Made this hard heart beat faster I admit, to run alongside so many of such different ages and types. Does look like a diferent Brazil form the one I knew, I’ll admit to that. Am currently brooding over the sad fact I have missed the opportunity take significant Real exposure.
Best,
AF
Note: R u pissing in your pants or what ?!

Monday, December 13, 2004

 
Was on line as u wrote. Y do u even care ? Where do u reckon this guy went to school ? What kind of people do u reckon he hangs around with ? More importantly: does anyone outside Brazil (or SP...) know who he is ? Most importantly: did u get the upswing in the Euro / Yen ? Where the hell is your money ?

AF

 

Caro Abadius,

eis que se passaram alguns meses desde nosso último intercâmbio. Imagine só o que fazem comigo esses ares serranos: escreví recentemente minha primeira carta a um jornal com referência a um artigo e seu autor ! Seu conteúdo é auto explicativo:



São Paulo, 12 de Outubro de 2004

Sr Lauro Machado Coelho:

A leitura de seu texto "Grandes conquistas e rumos a serem trilhados" (OESP, 8 de Outubro de 2004) causou-me um impacto pessoal mais forte que qualquer artigo de jornal Brasileiro ou estrangeiro que eu tenha lido nos últimos meses. Achei-o inexplicavelmente fora de sintonia com o que conheço do evento que o Sr comenta, o espetáculo comemorativo do centésimo número da revista "Concerto" em que tocou a Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo e o solista Fabio Martino.
Não posso pretender comentar qualitativa ou tecnicamente a execução das composições apresentadas. Primeiro pois sequer estive na apresentação que o Sr comenta no artigo. Segundo pois não sou especialista na matéria em pauta. Acho que posso, porém, comentar a forma de sua crítica como leitor e curioso musical. Em função da surpresa que seu artigo me causou ouví a gravação feita do concerto criticado, pela Radio Cultura, nesse último domingo às 12:00hs. Creio ainda que o fato de eu ter estado presente em uma apresentação anterior na Sala São Paulo do Imperador pela mesma orquestra e solista me autorizam a alguma idéia sobre o que o Sr comenta como impressão musical. E, finalmente tive acesso direto a um bom número de assistentes na platéia, todos, como eu, curiosos musicais com instrução informal no tema em variados níveis de profundidade.
Dadas as limitações acima, eis a minha crítica de sua crítica: seu texto dá ao leitor a impressão de que a noite teve um herói, o maestro Carlos Moreno, cujo talento tem estimulado grande evolução na Orquestra sob sua regência. O Sr descreve com ampla criatividade vocabular as positivas sensações musicais da execução: somos informados que as Bachianas Brasileiras n 2 foram feitas "com (...) langor tropical", que o regente seus trabalhos de "forma rugosa e impressiva" e, que o maestro no Concerto Op 73 "forneceu as intenções certas para a interpretação desta peça." Que é quando entra em cena o vilão da noite, o "promissor" mas "verde" Fabio Martino. A ele são reservados as seguintes adjetivações e adverbiações: "muito amaneirada a forma como abordou o Allegro inicial," e "um tratamento exibicionista da frase." Fabio Martino ainda é criticado por "esbarradas" e "frequentes notas equivocadas no Rondó final", esse executado "de forma apressada e superficial." Espero que o Sr concorde comigo que, a despeito das qualificações positivas sobre as qualidades e talento que o Sr interpõe em meio a essas críticas, o efeito geral de seu texto é de uma grave e ampla restrição à execução do solo na peça mais importante da noite.


Tudo isso me parece conflitar com a impressão inequivocamente expressada pela platéia nessa noite (e na noite anterior que mencionei na execução da mesma peça na Sala São Paulo). O Sr vê com freqüência um nível tão explosivo de expressão de satisfação do público ? E será esse público em ambas Salas tão desprovido dos recursos analíticos para compreender as falhas grosseiras que o Sr afirma terem sido cometidas pelo solista ? Os dois bis clamados pelo auditório foram de execução igualmente frágil que o Sr entendeu corroboradas suas percepções de imaturidade e imperfeição técnica ? O Sr crê mesmo, tão em contradição com a sensação da platéia desta e de outras noites, que o solista, brioso e opinativo, esteve aquém da orquestra, competente, em franca evolução, mas previsível, e não o reverso ? Arrojo juvenil (que aceito alguns possam achar exagerado) não descreve a primeira parte do concerto melhor do que exbicionista ? Está certo descrever esbarradas (no plural) e frequentes notas erradas como uma caracterísitca da última parte da peça ? Elas certamente escaparam a mim e muitos outros que, ao contrário, terminaram a audição do concerto em admiração pela superlativa qualidade técnica do Fabio Martino. E ao observador humano e sensível há de saltar aos olhos sua distância do fato do concertista ter 16 anos de idade e mostrar invejável coragem e orgulho, qualidades que emocionaram tantos que o viram nesta e noutras apresentações. Hamlet só pode ser interpretado por Richard Burton após décadas de amadurecimento ? Uma talentosa e criativa interpretação juvenil não merece admiração em sua crítica – entenda-me, sem desprestígio de sua percepção dos pontos ainda fracos ? É certo um jornalista experiente e responsável confundir as duas coisas, sob pena de esmagar o ímpeto de um menino cujas habilidades de encantar estão ficando claras ? Digo-lhe com toda intenção construtiva que se em minha atividade profissional – no caso gestão de investimentos financeiros -- pautasse as avaliações de meus talentos em sua metodologia crítica, inibiria na fonte o desenvolvimento de novos criadores de riqueza no futuro. A mim, leitor, seu texto passou uma sensação de afetação por causas veladas. É menos uma severa repreensão orientativa do que um desproporcional castigo sem maiores explicações. Tão mais grave por ser escrito por alguém de sua estatura num veículo com ampla voz que é o Estado de São Paulo.


Por essas razões lamento esse seu artigo. Creio que o tempo curará os equívocos que enxergo na forma de seu texto, e que as partes analisadas pelo Sr tomarão seus lugares relativos no mundo e mercado da música em função de seus legítimos talentos. Mas eu, como homem de finanças que sou, e consequentemente um administrador de riscos, digo-lhe que sou, em termos relativos, "comprador" de Fabio Martino e "vendedor" de Osusp. O Sr estaria preparado para arriscar algum pedaço do seu patrimônio na outra ponta ?


Friday, September 03, 2004

 

20/08/04
MR:
thnks fr yr mssgs. Good to hear yr doing well and r happy. Just came back from Aachen – show jumping competition. Struck me how retirees account for so much of consumptn (tickets, cakes, clothes). No such svngs in Brazil if I rembember well – actually quite the reverse, old-age=poverty. That was always the jolt that I felt you lacked: "a revolucao prevdenciaria". Am now close to Port Grimaud, St Trp. Much traffic and intoxication (though I keep clear of both).
Foer is all the rage in the US. I guess if 1 can translate Saramago’s Jesus book...
I wndr if it is safe to tlk again. Bt wht the hell. U will pls forgive the text being in English – Port is ok for reading only... Tell me what mkts u r playing !
All the best,
A. Ferrarius

Thursday, September 02, 2004

 

São Bento do Sapucaí, 12 de Agosto de 2004

Caro Abadius,

não pude conter-me na ânsia de contar-lhe de andanças minhas antes mesmo da chegada de sua eventual resposta. Os dias por aqui na Mantiqueira estão lindos com o céu aberto, limpo e azul e a temperatura amena de dia e gelada a noite. Tenho passado as tardes nessa minha varanda – d’onde agora escrevo – com essa pequena praça arborizada em frente e o perfil de nossas pequenas montanhas ao fundo. Diretamente em frente, além da praça e abaixo das montanhas, estão sempre as "town houses" de meus vizinhos, cada qual de sua cor. Nada de muito importante acontece por aqui e resultou que a coceira de colocar-lhe a par de minha vida sobrepôs-se à educação do aguardo para confirmar sua real vontade de manter essa correspondência.

Voltei recentemente de Paraty, que para todos meus fins práticos pertence ao universo restrito pelo qual preferivelmente movimento-me, esse histórico Vale do Paraíba (doravante o "Vale"). Fui a um evento literário (na verdade já pela segunda vez), a convite de um casal Paulistano que construiu nos arredores de São Bento do Sapucaí um pequeno idílio rural com todas as conveniências modernas requeridas para uma vida higiênica, relaxante e protegida dos ventos e geadas. Ele é um editor bem estabelecido no país hoje e desenvolvemos uma amizade baseada em conversas soltas sobre seus autores e os de seus concorrentes, além de comentários sobre obras que eu às vezes leio (Inglesas e Norte Americanas em especial) e que provavelmente nunca chegarão a ser traduzidas ao português – você já leu "Everything is Iluminated" do jovem Jonathan Safran Foer ? Como alguém traduz isso sem criar algo totalmente novo ? É coisa para um Edward FitzGerald da vida. Mas dizia-lhe que fui a Paraty para um evento literário, na verdade uma festa deveras improvável em sua dimensão e reverberação para um país de tão baixa auto-estima nos assuntos ditos de alta cultura. Como no ano passado passei meus quatro dias lá como espectador descomprometido, perambulando entre alguns debates (mas não muitos), às vezes tomando pausas para esses cafés espresso densos e cheirosos que ganharam o dom da ubiquidade com a popularização das máquinas que os produzem. A cidade estava cheia de jovens e adultos que me pareciam otimistas e interessados nos autores brasileiros e estrangeiros que se revezavam no palco a discutir um pouco de tudo. O ponto alto para mim foi um "debate" entre um autor Angolano, (Agualuz ?) e Caetano Veloso, aquele cantor popular dito "tropicalista" do qual você há de recordar-se. Do texto do Angolano não me lembro muito de nada, mas do timbre inesquecível da voz dengosa de Caetano Veloso não poderei nunca me esquecer. Foram mais de duas horas com ele repetindo as mesmas palavras exaltadas, mas sem perder em nenhum momento o ritmo de marola e preguiça. Fechei os olhos para embalar uma meia soneca nesse concerto (inclusive pois no começo reparei que o Brasileiro andava com um daqueles relógios Cartier modelo Tank no pulso e achei que atrapalhava o sabor tropical do instante – daí meus olhos fechados). Previsivelmente foram poucos os que souberam apreciar a refinada oportunidade de ouvir Caetano Veloso com esse Angolano. No café do lado de fora da bonita tenda que se armou para os debates só se ouvia vozes elevadas contra a falta de objetividade do cantor Brasileiro (teria ele lido o livro que deveria comentar ?), contra o seu gosto por ouvir suas próprias frases, contra seu desrespeito com a platéia etc etc. Pareceu-me o mesmo que reclamar do volume da música num rodeio ou a frieza da exposição das obras no British Museum. Que chato ter que conviver com esse racionalismo recém descoberto da classe média brasileira, depois de 3 décadas de louvor a esse mesmo conteúdo que hoje ela despreza. Não dediquei esforço algum a argumentar que Caetano Veloso é forma e não conteúdo. De pouco que importa o que ele diz se como ele o faz é tão apaixonante ?
Acho que você perceberá por mais essa mensagem que não sou mais o mesmo que conheceu em nossas transações – asseguro-lhe na verdade que recuperei uma condição mais autêntica com a liberdade que nosso patrimônio trouxe-me.

Atenciosamente,


Manuel Rangel

Thursday, August 26, 2004

 
São Bento do Sapucaí, 4 de Agosto de 2004

Meu Caro Abadius,

há semanas venho pensando nesta mensagem que lhe envio para contar da alegria que tive de saber que você está bem e feliz, solto pelo mundo. Tantos anos se foram desde nossa despedida e nossas juras de segredos que já há algo de sonho em todo esse nosso passado. Espero que você receba sem receios essa minha comunicação e que aceite correspondê-la com linhas suas e que assim possamos satisfazer o que imagino são curiosidades mútuas sobre nossos desenvolvimentos pessoais. Decidí, porém, que nessa carta não devo percorrer os detalhes de minhas peripécias por todo esse tempo de nossa separação. Muito melhor que você saiba como sou hoje, onde vivo e quem são meus amigos. Desta forma você entenderá bem o uso que dei à minha parte de nosso patrimônio e, mais importante, o efeito que a nossa transação teve sobre mim.

Vivo nessa pequena cidade de São Bento do Sapucaí, na fronteira dos estados de Minas Gerais e São Paulo. Sentado numa espreguiçadeira na varanda na frente de meu pequeno sobrado vejo algo do perfil da Serra da Mantiqueira. Aprendí a gostar muito desse lugar e sua condição desvinculada do mundo em volta. É possível passar semanas tocando a vida pelas suas ruas sem se preocupar com as evoluções estratégicas das nações e governos que antes preenchiam os meus (e seus) dias. É verdade que com a internet posso acompanhar em tempo real acontecimentos políticos, esportivos, econômicos e sexuais mundo afora, mas São Bento do Sapucaí parece transformar essas informações numa novela, como que contada para nós por esse computador, ou como se esses jornalistas lamentáveis de escrita na verdade fossem fantásticos criadores de épicos sangrentos, milionários e repletos de vaidades e ilusões. É preciso viver-se aqui para entender-se do que estou falando. Tenho um amigo médico, Dr Miguel Azevedo, que me visita regularmente de São Paulo, proprietário de uma grande porção de terra mais para o lado da cidade de Monteiro Lobato. É um homem bem sucedido, possui interesses empresariais relevantes e me parece acompanhar as fronteiras mais avançadas de sua especialidade (urologia). Não sei por que recebe por assinatura aquele lamentável periódico "Folha de São Paulo" do qual você certamente se lembrará. Não há final de semana em que, sentado na mesma varanda que lhe descrevi antes, ele não desanca a criticar os chamados colunistas do "jornal", notadamente uns Srs Clóvis Rossi, Jânio de Freitas, Elio Gaspari e Luis Nassif. Traz às vezes o "jornal" consigo do carro, agita-o freneticamente no ar já na calçada ao mesmo tempo que me anuncia os absurdos que esses personagens rabiscaram na semana. Veja, digo eu ao Dr Miguel, esse seu desespero não se põe por esses lados. São Bento nos faz ver esses personagens pelo que eles de fato são (e nisso até respeitáveis em qualidade): autores de ficção, narradores deste enredo onírico que gira pelas suas televisões, rádios e periódicos.

Tenho algo ainda para contar-lhe sobre um encontro antológico que tive com Caetano Veloso na cidade de Paraty recentemente (encontro é muito, assistí-o da platéia). Isso entretanto ficará para minha próxima mensagem. Agora não quero tomar mais seu tempo com essas pequenas notícias da Mantiqueira. Quero sim esperar para ver se recebo algo de você, colega. Torço fervorosamente para que você se sinta confortável para escrever-me através desse Blog. Se puder, diga me algo de suas andanças. Soube que está solteiro. Também eu. Não se preocupe em esperar pelo tempo para longas descrições – algumas palavras rápidas me trarão um enorme prazer.

Um abraço,

Manuel Rangel

This page is powered by Blogger. Isn't yours?